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No meu mundo da Lua

  • Foto do escritor: Luana Lessa
    Luana Lessa
  • 13 de abr. de 2021
  • 2 min de leitura

Quase um ano sem aparecer por aqui e me peguei refletindo o porque de ter parado de escrever. Não foi por falta de história e nem de inspiração. Acredito que depois da remissão entrei em um estado de negação tentando esquecer tudo aquilo que eu havia passado, mas mesmo se quisesse não teria como. Toda vez que vou ao hospital, recebo parabéns pelo meu aniversário, comemoro uma data importante do tratamento, sinto o cheiro da sala de quimio e outras tantas lembranças mais, tudo que aconteceu volta me dando um soco imenso no estômago como se tivesse passado apenas 1 mês. Tudo ainda parece muito recente e me atinge demais, então me manter afastada ou longe das coisas que me lembram o câncer foi uma barreira de proteção. Mas me pergunto do que eu quero me proteger? Me protegendo eu deixo de ajudar as pessoas, deixo de contar minha história, deixo de compartilhar e viver momentos e essa nunca foi minha intenção. Minha intenção quando comecei o blog foi justamente ajudar e compartilhar minhas experiências com pessoas que estivessem passando pelo mesmo processo que o meu porque quando foi minha vez, não tive referência nenhuma do que iria me esperar e não foi uma coisa boa. Sei que as coisas funcionam de maneira diferente para cada um mais o que custa tentar testar uma dica não é mesmo? O que custa compartilhar o que deu certo pra você e o que está sentindo nesse momento? Não custa nada. Na pressa de querer que as coisas voltassem ao normal ou como era antigamente, de querer retomar projetos pendentes e pensar mil outros, fui atropelando o que realmente sinto e a finalidade disso tudo que criei e busquei compartilhar. Informação nunca é demais. Dizer o que você está sentindo nunca é demais. Dar dicas do que funcionou ou não nunca é demais e é nítido como ao expor uma doença como o câncer as pessoas ainda apresentam tabus. O desconhecido e os tabus tem que ser quebrados. Mesmo em remissão, ainda estou em tratamento, o sentimento de medo anda comigo 24h por dia e eu tenho que provar e colocar na minha cabeça todo dia que tudo aquilo passou e que se voltar vou encarar tudo de novo e de uma forma melhor que a anterior. Sempre seremos pacientes, sempre teremos medo, sempre ficaremos aflitos e sempre teremos uma história de superação pra contar e inspirar. Ter câncer por mais grave que a doença seja não é sentença de morte e mesmo se for, temos o direito de escolher como queremos viver o restinho de vida que nos é concedido. Que tipo de vida você escolhe pra você? Como você escolhe seguir? Sinceramente? Eu ainda tô tentando descobrir como conciliar o medo e a vida e não tá sendo uma tarefa fácil. Entretanto, voltar a escrever e compartilhar momentos vai ser parte da minha trajetória, começando devagar e indo com tudo!!!


Com amor,

Lua



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