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Bye Bye Nemo

  • Foto do escritor: Luana Lessa
    Luana Lessa
  • 14 de jun. de 2019
  • 2 min de leitura

É chegado o grande dia. Ontem recebi a ligação do setor de cirurgia vascular do hospital em que me trato e amanhã vou fazer a cirurgia de retirada do meu cateter. Era pra tirar ele agora? Não! É realmente preciso? Sim! Como eu deixei explicado em um dos destaques do meu Instagram, no meu caso, como eu não tenho como manter a manutenção do meu cateter todo mês, eu preciso retirá-lo para evitar possíveis infecções, trombos e coágulos que possam vir a surgir. Ele não está "sujo". Eu ainda consegui heparinizar da última vez em que usei e isso já faz 4 meses. E com isso eu penso nele como uma bomba relógio dentro de mim. Que apesar de estar em remissão, eu tenho outra coisa dentro de mim que a qualquer momento pode me trazer complicações. Se o médico quiser colocar outro na hora de retirar pode, eu só não quero permanecer com o que eu já estou visto que ele apresentou problemas durante o tratamento. Ele não funcionou bem. Apresentou muita resistência com a agulha por estar fundo demais no meu peito e justamente por isso, a dificuldade em encontrá-lo era grande. Algumas vezes a agulha simplesmente pulava pra fora do meu peito por conta de resistência do silicone em aceitar o tamanho dela e com isso, a medicação não conseguia entrar. Já pro final eu comecei a notar uma mancha marrom em volta do local em que fica o cateter - na foto abaixo ele está até ficando mais claro - e a enfermeira acreditava que pudesse ser extravasamento do líquido da quimioterapia que acabou "machucando" minha pele. Os médicos não acreditam nessa teoria, mas também não me deram uma explicação pertinente. Pode ser bobo o que eu vou dizer, mas mesmo ele ficando comigo pelo tempo que fosse necessário, eu ainda me sentiria limitada e "doente". O fato de retirar isso, faz com que na minha cabeça se torne real o fim de vários ciclos dolorosos e complicados de quimioterapia. O fim do meu ciclo de sofrimento. Porque não foi fácil. Ele deveria ser. Porque era essa a função que ele devia exercer. As vezes eu preferia ficar o dia inteiro no hospital tomando minhas medicação aos poucos na veia do que ter que mexer ou furar para tentar acertar o cateter. Isso não era nada legal. Se for necessário eu topo novamente coloca-lo desde que os médicos levem em consideração todo o histórico que eu tive com o nemo. Esse foi o apelido que eu dei por terem que ficar procurando toda vez que iam infusionar a medicação. Ter um segundo filme do procurando nemo tendo como estrela o meu corpo, eu não quero. Obrigada ao nemo por fazer parte da minha história. Por ajudar quando você queria. Por me mostrar que eu tinha uma força que nem eu mesma imaginava. Depois de quase um ano juntos nosso ciclo amanhã se encerra. Espero de verdade e do fundo do meu coração que eu não te veja nunca mais. Mas se for da vontade de Deus, até breve e que da próxima vez você tenha um carinho maior por mim.

Com amor,


Lua


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