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Desvendando o Linfoma de Hodgkin

  • Foto do escritor: Luana Lessa
    Luana Lessa
  • 24 de set. de 2018
  • 6 min de leitura

Atualizado: 6 de jun. de 2019

O QUE É?

O linfoma aparece quando algumas células que se localizam no sistema linfático e que deveriam nos proteger contra possíveis infecções, tornam-se malignas e crescem de forma descontrolada "contaminando" todo o sistema linfático. Como seus tecidos estão por todo o corpo, o linfoma pode começar em qualquer local, porém é mais frequente nos gânglios linfáticos presentes no tórax, pescoço e axilas. São dois os principais tipos de linfoma: Hodgkin e o Não-Hodgkin e eles se comportam, disseminam e respondem ao tratamento de formas diferentes. O linfoma de Hodgkin pode ser subdividido em: Esclerose Nodular - tipo mais comum, representando cerca de 60% a 80% dos casos. Ocorre principalmente em pessoas mais jovens, igualmente em homens e mulheres; Celularidade Mista - segundo tipo mais comum (15% a 30%) e é visto na maior parte dos casos em adultos mais velhos; Predomínio Linfocitário - responsável por cerca de 5% dos casos de doença de Hodgkin. Ela ocorre geralmente na metade superior do corpo e raramente é encontrada em mais do que alguns nódulos linfáticos e Depleção Linfocitária - forma menos comum do linfoma de Hodgkin, com apenas 1% dos casos. Ele é visto principalmente em pessoas idosas. A doença tem maior probabilidade de ser avançada, quando diagnosticada nos linfonodos do abdome, baço, fígado ou medula óssea.


Figura: Sistema Linfático descrito no corpo humano


PORQUE SURGE?

Ainda não se sabe o motivo do seu surgimento que parece ser adquirida e não hereditária, podendo ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em jovens de 25 a 30 anos. Algumas informações dizem que o linfoma pode ser adquirido após a infecção pelas vírus Eptein-Barr ou HTLV, mas nada disso é confirmado, são apenas hipóteses.


SINAIS E SINTOMAS

A melhor maneira de diagnosticar precocemente é prestando atenção aos sinais e sintomas, sendo o mais comum o aumento de um ou mais linfonodos, indolores e na maioria das vezes no pescoço, axila ou virilha. O linfoma não é a causa mais comum do aumento dos linfonodos mais sim quadros infecciosos que quando cedem os fazem voltarem ao seu tamanho normal. Outros sintomas gerais podem ser febre persistente sem sinal de infecção, suores noturnos, perda de peso inexplicável, coceira intensa na pele, dor nos linfonodos após a ingestão de bebida alcoólica e tosse ou dificuldade para respirar. Nem todos os sintomas apresentados aparecem e por isso toda a atenção é necessária.


DIAGNÓSTICO

No geral, pacientes com diagnóstico de linfoma procuram um médico quando percebem linfonodos aumentados por um tempo ou algum sintoma específico. Caso o paciente apresente sinais e sintomas que possam sugerir linfoma, serão solicitados exames para confirmação e estadiamento da doença. Geralmente os médicos fazem um histórico clínico completo com informações sobre os sintomas apresentados, histórico familiar e outras condições clínicas que possam ter surgido. Deve-se ter atenção, uma vez que os linfonodos aumentados são comuns em quadros infecciosos e por isso o médico deve tentar encontrar focos de infecções antes de fazer qualquer outro pedido. Caso exista a suspeita do linfoma, será solicitada uma biópsia para elucidar o diagnóstico.

- Biópsia: O material é enviado para análise e avaliação de células, tecidos e órgãos. Caso existam células cancerosas, o patologista determinará o tipo de linfoma. A biópsia pode ser: Excisional - mais comum e envolve a retirada de um linfonodo -; PAAF - com uma agulha fina é removido um pouco do tecido a partir do linfonodo ou tumor e Core biopsy - agulha um pouco maior para uma amostragem maior de células -.

- Raio-X do tórax: Para verificar a presença de linfonodos aumentados nessa região

- Tomografia Computadorizada: Usada para identificar se algum linfonodo ou órgão do corpo está aumentado e é muito útil para diagnosticar linfoma na região do pescoço, tórax, abdome e pelve. Pode ser realizado com ou sem contraste.

- Ressonância Magnética: Usada apenas quando o médico suspeita da disseminação na medula ou cérebro.

-PET scan: Pode ajudar a dizer se um gânglio linfático contém linfoma ou uma alteração benigna, além de permitir identificar as áreas pelas quais o linfoma se encontra ou se ele está respondendo ao tratamento.

- Exame de Sangue: Não é usado para diagnóstico de linfoma, mas pode ajudar no estadiamento e revelar sinais da doença, como a presença de anemia e alta contagem de células brancas. Outro exame o de velocidade de hemossedimentação (VHS) pode ajudar a identificar a existência de inflamação no corpo de forma inespecífica.


ESTADIAMENTO

Após o diagnóstico são realizados exames para determinar o estágio da doença, uma vez que o tratamento e o prognóstico depende desse resultado. Os exames mais utilizados para determinar o estadiamento são o PET scan e a tomografia computadorizada. A classificação é baseada de I a IV.

Estágio I – quando apenas um grupo dos linfonodos foi acometido, ou um único órgão foi atingido

Estágio II – quando dois ou mais grupos de linfonodos se agruparam do mesmo lado do diafragma

Estágio III – quando os grupos de linfonodos comprometidos estão em posições diferentes (acima e abaixo) do diafragma

Estágio IV - quando estão envolvidos linfonodos e outros órgãos (como pulmões, fígado, ossos) e/ou medula óssea.

A x B - A cada estágio pode também ser atribuída a letra A ou B. A letra B é adicionada (por exemplo, estágio IIIB) se uma pessoa tem algum dos sintomas B: perda de mais de 10% do peso corporal nos últimos 6 meses (sem dieta), febre inexplicável e sudorese noturna.


TRATAMENTO

É feito principalmente baseado no estadiamento da doença, idade do paciente, estado clínico geral, tipo e localização do linfoma. As opções de tratamento podem ser a quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e quimioterapia de alta dose com transplante de medula, sendo as principais formas a quimioterapia e a radioterapia que podem ser feitas juntas ou separadas.

-Quimioterapia: Utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir células tumorais e por ser sistêmico, não atinge apenas as células doentes mais também as saudáveis. De modo geral é administrada via venosa, mas alguns podem ser tomados de forma oral. É o principal tratamento utilizado em pacientes com linfoma de hodgkin e dependendo do estadiamento pode ser seguida por radioterapia. Os esquemas de quimioterapia para linfoma de hodgkin combinam vários medicamentos que agem de formas diferentes nas células cancerígenas. O mais comum é o ABVD, mas também existem o BEACOPP e o Stanford V que são administrados em ciclos, com um período de descanso para permitir que o corpo se recupere.

- Radioterapia: Utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células cancerosas que formam um tumor. É parte do tratamento principalmente quando o linfoma está localizado em apenas uma região do corpo e consiste em irradiar o órgão alvo em doses fracionadas. Como ao longo do tempo tornou-se claro que a quimio é eficaz no tratamento, os médicos vem prescrevendo menos radio devido aos possíveis efeitos colaterais de longa duração.

-Imunoterapia: É usada para estimular o sistema imunológico a reconhecer e destruir de forma efetiva as células cancerígenas e por isso, pode ser usada em alguns pacientes com linfoma.

- Transplante de células tronco: Utilizado para linfomas mais difíceis de serem tratados ou aqueles que não desaparecem completamente após tratamento com quimio/radio ou que voltam após o tratamento. Podem ser autólogos - onde usam-se as próprias células tronco do paciente - ou alogênico - em que é necessário um doador saudável -.


EFEITOS TARDIOS DO TRATAMENTO

É possível que um tempo após o tratamento apareçam efeitos colaterais que podem durar por alguns anos e por isso é muito importante a relação médico x paciente. Dentre esses efeitos podem surgir um segundo câncer - raro, mas pode ocorrer -; Infertilidade - efeito a longo prazo de remédios quimioterápicos e radioterapia, principalmente em pacientes mais jovens - e Infecções - O sistema imunológico fica mais vulnerável e é de se esperar, uma vez que esse tipo de câncer afeta os sistemas de defesa do organismo.


SAÚDE EMOCIONAL

Eu, como paciente de linfoma, confesso que no começo estava muito mais assustada do que agora. Dá medo? DÁ! E MUITO! Toda vez que tem sessão de quimioterapia pra mim é uma tensão absurda. Eu chorava muito mais antes do que choro agora e isso não é por falta de apoio ou amor não, é coisa minha, um momento que eu preciso! E eu sei mais do que tudo que não estou passando por isso sozinha, eu tenho um batalhão de pessoas comigo que me enchem de amor TODO DIA e eu só tenho a agradecer <3!


Fontes: Abrale - https://www.abrale.org.br

Oncoguia - http://www.oncoguia.org.br


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