Dia Mundial de Combate ao Câncer
- Luana Lessa
- 7 de fev. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 9 de abr. de 2021
Por 24 anos essa data passou despercebida por mim, mesmo tendo o câncer presente em algum momento da minha vida. As vezes é preciso acompanhar e ter uma vivência mais intensa pra aprender a olhar e valorizar algumas coisas simples e importantes que por muitos passa como um dia ou momento qualquer. Dia 4 de Fevereiro é o Dia Mundial de Combate ao Câncer, dia no qual diversas pessoas sendo pacientes ou não estão dispostas a mostrar pro mundo toda a questão que o câncer envolve, seja emocional ou biológica. O ato de combater no sentido literal é "travar uma luta" e acredito que é essa nossa realidade. Ao ser paciente você precisa combater uma doença que está te consumindo e não sendo paciente você precisa combater a doença antes que ela possa se instalar. A maioria das doenças conhecidas por serem um tipo de câncer não tem um padrão hereditário, ou seja, não passa de uma geração para outra, elas são fruto da exposição a fatores que podem levar uma pessoa a desenvolver essa doença. Qualquer um deles. Na minha família por parte de mãe existem casos de câncer de mama, eu sou a primeira da família de ambos os lados a ter linfoma, que é um câncer hematológico completamente diferente de um câncer de mama que se apresenta como um tumor sólido. Existem N fatores conhecidos que podem ser responsáveis pelo desenvolvimento de um câncer, mais não basta apenas isso, precisa existir também um fator genético que vai dizer se essa pessoa vai ter câncer ou não. Um exemplo? Isso explica porque nem todo mundo que fuma tem câncer de pulmão. Todos eles estão expostos ao mesmo fator cancerígeno, mais só uma parte daqueles que fumam vão ter câncer. Mas, Luana, que fatores genéticos são esses? Não sei. Que fatores levaram você a ter Linfoma? Não sei. Você acha que teve câncer porque era sedentária? Não sei. Você teve câncer porque não seguia uma alimentação dita "saudável"? Não sei. E posso falar? Muitos fatores conhecidos e que podem levar uma pessoa a ter câncer não são de conhecimento da população. Não adianta a gente querer combater uma coisa sem ter soldados para travar essa luta conosco e sabe quem são os soldados dessa luta? O conhecimento e a experiência. Eu como paciente optei por informar e mostrar para as pessoas a minha luta, como eu descobri a doença, o que foi minha doença pra dessa forma as pessoas ficarem atentas ao corpo. Nosso corpo dá sinais de que algo está errado e é preciso estar atento. Qualquer alteração fora do comum tem que ser investigada. A detecção precoce do câncer aumenta e muito o sucesso do tratamento. Não tem que deixar pra lá. Não tem que ficar a mercê de médicos incompetentes. Investigue e busque o fechamento correto do seu diagnóstico. Meu combate começou com uma infecção urinária mal diagnosticada que levou a uma pielonefrite e a partir dai um passeio por vários médicos. Eu sabia que tinha alguma coisa e muitos médicos me diziam que não. E no final eu estava certa e um deles concordou comigo. Parece que você precisa ter todas as alterações descritas na medicina para que eles fechem seu diagnóstico com clareza. E não é bem assim.
O conhecimento sobre o câncer vai além dos pacientes e de bons médicos, ele também faz parte da pesquisa científica e da divulgação por parte de organizações que apoiam e transmitem mensagem sobre essa luta. É nítido que a parcela da população que busca por vontade própria informações concretas sobre o câncer é mínima, e provavelmente vem de alguma situação em que ele esteja vivendo. Comigo foi assim. Eu só tinha ouvido falar de linfoma na faculdade. Até então só tinha informações sobre os cânceres mais "conhecidos" e mesmo assim por alto. E isso tá errado! A população precisa ser um soldado real nessa luta! Eles precisam saber que fatores x e y podem levar ao desenvolvimento de câncer. Que existem diversos tipos de câncer. Que existem n formas de tratamento. Que tipos de câncer estão mais presentes na população brasileira. Se é possível prevenir. O que fazer quando se tiver um diagnóstico. Como ajudar. Tem um milhão de formas de dúvidas e curiosidades que merecem ser divulgadas e não são. E digo que essa divulgação deve vir da forma mais simples possível, uma vez que a intenção é que todos consigam compreender a mensagem. É importante também mostrar que EXISTEM pesquisas no Brasil e EXISTEM pesquisas que envolvem o câncer em todos os aspectos possíveis e isso é mais do que importante uma vez que a curto ou longo prazo ajuda a medicina a melhorar ainda mais esse mundo.
Eu sou a Luana, paciente hematológica diagnosticada com Linfoma de Hodgkin e em remissão a 9 meses e Eu vou informar sobre o máximo de coisas que eu puder sobre o câncer seja através da minha experiência ou através de pesquisas e divulgação!

Com amor,
Lua
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