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Perder o cabelo foi o de menos

  • Foto do escritor: Luana Lessa
    Luana Lessa
  • 14 de jun. de 2019
  • 2 min de leitura

De verdade. Perder meu cabelo foi parte do processo. Eu tinha um apego bem grande nele porque era uma das únicas coisas no meu corpo que eu gostava. Eu não era o tipo de menina vaidosa que ia sempre ao salão, pintava, fazia escova e cortava sempre. Não, Não. Mais ele era meu "charme", meu orgulhinho sabe? Saber que ele tinha seus dias bons e me deixava tirar várias fotos bonitas ou seus dias ruins e eu vivia com ele preso num coque. Na escola, no ensino fundamental era sempre de rabo de cavalo. Na faculdade, eu aprendi a deixar ele solto quando necessário e a prender quando estava em um laboratório. Eu nunca mudei. Pintava umas mechas quando era criança, mas tirando isso ele era inteiramente meu. Cor completamente natural e muitas pessoas vinham me perguntar que tinta eu usava. Talvez isso me tenha doído. Perder essa mínima vaidade que eu tinha. De andar na rua e as pessoas estranharem. Pensava que iam logo associar a alguém doente. Até que eu perdi meus cílios e minhas sobrancelhas. CARALHO! Pra mim isso foi o pior de tudo! Eu não me reconhecia no espelho. Eu só consegui ver uma pessoa doente. Com a cara abatida, sem um pelo no corpo e isso sim era sinônimo de doença na rua. Ter que andar de máscara então piorava a situação. Acredito que depois que fiquei peladinha no rosto inteiro eu não sai mais de casa. Foram raros os momentos porque eu não aguentava o olhar das pessoas. É idiota! Eu tinha que cagar para o que elas pensavam mais eu não conseguia. Os olhares me matavam. Eu não precisava de pena ou repulsa. Eu e quem esteve comigo sabiam o tempo inteiro pelo que eu estava passando e só eles me importavam, mas era difícil. Até hoje é. Parece bobo mais sem cílios você fica completamente vulnerável, eu tive várias crises de conjuntivite. Sem sobrancelhas, o suor escorria direto pro meus olhos que ardiam igual pimenta e faziam meus óculos ficarem embaçados toda hora! E ainda ficam! Eu via no espelho toda a minha doença e eu só queria me "manter" normal. Depois que participei de um projeto de maquiagem e eu sai do lugar com sobrancelhas e cílios, eu fiquei me sentindo demais!! Eu sai na rua SEM LENÇO! Vocês sabem que vitória foi essa? Eu tirei milhões de fotos minhas, eu consegui pela primeira vez depois de muito tempo ver a Luana. E perceber que pra tudo a gente dá jeito. Não tem cabelo? Peruca! Não tem cílio? Cílio postiço! Não tem sobrancelha? Maquiagem! e que tudo isso era fruto momentâneo do que eu precisa plantar naquele momento e que eles iam voltar a crescer e que a Luana que eu não enxergava, nunca deixou de existir em mim. Era só questão de tempo até eu me acostumar com tudo aquilo e começar a fazer piada da situação. Me comparar a personagens do cinema e querer me fantasiar de Avatar no carnaval - hahaha -. Obrigada a Luana carequinha por me mostrar que a vaidade é importante, mas a nossa essência é fundamental!

Com amor,


Lua

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