Procurando Nemo

De novo, tudo conspirava ao meu favor e logo depois da consulta com a anestesista, fui marcar a consulta com o cirurgião vascular e a moça do balcão conseguiu que eu fosse fazer a cirurgia no dia SEGUINTE!! Eu assinei uns papéis e a princípio tudo parecia ser bem tranquilo. Dia 17 de agosto - Aniversário do meu noivo - fui as 7h da manhã para o centro cirúrgico e sai no mesmo dia. Demorei pra acordar como de costume porque né? Anestesia para um cavalo, se vocês souberem minhas histórias do centro cirúrgico vocês vão morrer de rir, mas correu tudo bem. A única coisa diferente foi que o médico resolveu colocar o cateter na veia subclávica porque na jugular tinham muitos nódulos próximos a ela e ele estava com medo de atingir um deles. Em casa foi outra história, a primeira vez que eu vi os pontos desmaiei! Odiei os pontos que deram, me senti um porco mal costurado, sentia medo de geral me abraçar, de me mover, mexer o braço, de tudo! Tirei os pontos 10 dias depois e essas sensações persistiram e persistem até hoje! Eu tenho pavor que me abracem com força ou que me abracem de qualquer jeito, eu nunca tenho uma posição pra dormir, ele dói e me incomoda as vezes, eu não consigo passar a mão no meu tórax desde a colocação, a cicatriz não ficou bonita, ele está muito profundo e isso foi e está sendo um problema todo ciclo, mas o fato deu não ter que me puncionar toda vez que for fazer a quimio faz valer a pena. A gente já sofre tanto fisicamente quanto psicologicamente e um pouco de conforto as vezes cai bem. Decidi por um nome no meu cateter e foi Nemo, justamente porque toda vez que eu tenho que puncionar o enfermeiro tem que ficar procurando hahahaha! Eu não sei por quanto tempo o nemo vai ficar comigo, mas eu espero que em algum momento nós sejamos um só, porque no momento eu e ele estamos num embate.